28 novembro 2010

Uma questão de semântica

"Provamos que o Porto não é invencível".

Palavras proferidas por Daniel Carriço, após o Sporting-Porto.

Muitas coisas ficaram provadas, no relvado do Alvalade XXI. Entre elas:

1 - Daniel Carriço é um imbecil, correspondendo completamente ao estereotipo do jogador de futebol. Bronco, avesso a qualquer compromisso que envolva cultura geral [e saber onde fica a loja da Vuitton mais perto não entra nesta categoria].

2 - O Porto é, efectivamente, invencível. Com 21 jogos oficiais disputados, soma 18 vitórias e 3 empates. Invencível: adjectivo que significa que não pode ser vencido, ou que permanece invicto.

3 - Como tem demonstrado os últimos clássicos, este Porto que não-é-invencível-nas-palavras-do-cromo-do-Daniel-Carriço-mas-que-na-prática-ainda-não-foi-derrotado consegue sobreviver, mesmo quando reduzido a 10 unidades. Aliás, as vicissitudes dos últimos confrontos com os rivais lisboetas chocariam muito boa gente, que ainda hoje profere bacoradas em relação ao apito dourado.

4 - A imprensa portuguesa - e isto é uma constatação de facto - continua a padecer de uma clubite extrema. Após mais uma deplorável performance arbitral, em claro prejuízo portista, colocam a tónica do discurso na quase derrota azul-e-branca. Esquecidos ficam o golo irregular leonino, a expulsão ridícula de Maicon e a verdadeira caça ao homem protagonizada por meia dúzia de jogadores de verde-e-branco.

5 - Pese as palavras inomináveis do responsável das forças de segurança, proferindo bravatas em horário nobre - as "bolas de golfe são coisas de gente do Norte" - as "gentes do sul" revelam problemáticos complexos de inferioridade. O elitismo, verdadeiramente, mudou-se de estado. Agora, utilizam-se as mais prosaicas maças, aparentemente ali à mão no pomar de Alvalade.

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