02 dezembro 2011

À caça dos playoffs

Vou adoptar os Texans como minha equipa, até final da temporada. Merecem-no. A franquia de Houston, a única da NFL a não ter atingido os playoffs [são a franquia mais nova], conseguiu reunir este ano um notável grupo de jogadores, tentando colocar fim a uma década de decepções e maioritariamente mau futebol. Nos últimos 2/3 anos via-se que o calcanhar de Aquiles da equipa era a sua defesa. Wade Philips, o ex-treinador dos Cowboys que aparenta um ar de avôzinho bonacheirão e bondoso, ocupou a vaga de coordenador defensivo. Um mercado de free agency mais agressivo [Jonathan Joseph foi uma aquisição esplêndida, colmatando o défice de qualidade na secundária] e escolhas criteriosas no draft [agrada-me sobretudo JJ Watt] elevaram o potencial geral da equipa, dotando-a de armas que a transformavam num potencial vencedor da divisão. A lesão de Peyton Manning, dos rivais Colts, abriu caminho aquilo que parecia ser, finalmente, a primeira presença na fase posterior. Mas depois, tudo pareceu conspirar para evitar a chegada à terra prometida por parte dos Texans. A temporada começou sem Arian Foster, que perdeu as primeiras partidas. A sua falta, surpreendentemente, não se fez sentir, com Ben Tate a assumir a batuta do jogo corrido. Depois dessa, o primeiro rude golpe, com a lesão para toda a época de Mário Williams, unanimemente considerado o melhor jogador defensivo. Os Texans resistiram. A isso e à lesão de André Johnson, o receiver que figura nos lugares cimeiros em qualquer tabela. Seis jogos sem ele, colocando a responsabilidade do ataque nas mãos de Matt Schaub e do jogo corrido, transformado na principal arma da equipa. O tandem Foster-Tate ajudou a dinamitar as defesas contrárias, evitando que a equipa ficasse afectada pela falta de Johnson. Quando este regressa, novo choque. Grande. Matt Schaub lesiona-se, perdendo o que resta da temporada. Os olhares, agora apreensivos, viraram-se para Matt Leinart, antigo astro de USC, onde venceu o campeonato e o Heisman Trophy, mas sob quem pendem inúmeras dúvidas. A sua presença inócua em Arizona apenas acentuou as incertezas quanto à real valia. Seriam os Texans capazes de se apurarem para os playoffs e, sobretudo, aguentarem a 1ª seed na AFC, que lhes dá o direito de isenção na 1ª ronda dos playoffs? O jogo com os Jaguars, em Jacksonville, mais do que dar uma resposta, adensou as nuvens negras sobre o futuro imediato da equipa. Como se o destino gostasse de arreliar Gary Kubiak, o treinador dos Texans, Leinart durou cerca de 20 minutos, saindo lesionado com uma devastadora lesão no ombro. Consequência imediata? O 3º quarterback, o rookie TJ Yates obrigado a assumir a liderança do ataque.

A curto prazo parece que os Texans, por muito que fraquejem, conseguirão apurar-se para a fase seguinte, mas parecem incapazes de aguentar a 1ª ou 2ª seed, perdendo o factor casa. E, mesmo nos playoffs, o que conseguirá a equipa fazer, quando TJ Yates se tornou no mais importante jogador do plantel? Não deixa de ser frustrante imaginar o que poderia esta equipa alcançar, se a onda de lesões tivesse passado ao lado. Para já, segue-se o jogo caseiro contra os Falcons e depois nova saída problemática, contra os Bengals. Muito do futuro da equipa vai jogar-se nessas duas partidas. Tem a palavra a defesa [capaz de 7 sacks contra os Jaguars] e o jogo corrido, com a dupla de running backs a colocar quase sempre números impressionantes nas estatísticas.

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