04 novembro 2011

Minnesota Vikings - week 8

Ufa. Finalmente, uma [merecida] aragem de sorte. A segunda vitória dos Vikings na temporada teve laivos de dramatismo. Um jogo emocionante que poderia ter redundado noutra desilusão, quando Olindo Maré teve nos seus pés a possibilidade de levar o jogo até prolongamento. O field goal, aparentemente fácil face à distância [cerca de 31 jardas] foi desperdiçado de forma inglória, com a bola a descrever um caprichoso arco que a levou para fora do alvo. O desespero dos fãs dos Panthers contrastou com a felicidade dos adeptos dos Vikings. Finalmente, à segunda tentativa, Ponder obteve a sua 1º vitória como profissional. E é mesmo por ele que começamos a habitual análise.

Destaques positivos:

Christian Ponder – É irónico agora relembrar os pressupostos de início de temporada. McNabb foi escolhido pela sua veterania e experiência, capaz de providenciar à equipa maturidade e liderança, enquanto o noviço aprendia calmamente as regras do ofício. Mas, analisando a prestação de ambos, quem parece agora um veterano? Eu sei que ainda é prematuro para catalogar já Ponder, mas o rookie tem sido uma agradável surpresa. Equilibrado, com forte presença no pocket, tem administrado os tempos de jogo de forma exímia (basta ver a drive final, em Charlotte, com o touchdown a surgir numa jogada que teve mais de 7 minutos). Nunca parecendo inseguro, mesmo sob pressão, Ponder tem elevado o seu jogo bem acima do expectável, nesta altura do ano. Conseguiu 9 em 10 third downs, capaz de concretizar jogadas quando os Vikings mais necessitam delas.

Adrian Peterson – Sim, novamente ele. Uma primeira parte pobre e com dificuldades resultou no inverso, no pós-intervalo. Dois touchdowns, um deles após um passe de Ponder, foram capazes de elevar o seu jogo para os parâmetros do costume. Tudo o que faz, faz com qualidade.

Jared Allen – Os grandes jogadores fazem grandes jogadas. Escrevi isso acima, para ilustrar a exibição de Peterson. Aplica-se igualmente a Allen. Mais uma vez, quando a equipa mais precisava, ele disse “presente”. A defesa tinha consentido 2 TD’s aos Panthers. Estes tinham nova posse de bola, ameaçando novo score. Mas Allen tem um dos seus sacks imagem de marca, fazendo Newton perder a bola, depois recuperada por Chad Greenway, nas 39 jardas do adversário. Duas jogadas depois, os Vikings concretizam um TD e empatam a contenda. Allen decisivo, mais uma vez.

Toby Gerhart – Finalmente. Não tendo feito um jogo extraordinário, conseguiu ser sólido, fazendo o expectável. Mover o jogo dos Vikings, conseguindo algumas boas corridas, integrando-se perfeitamente no jogo de ataque.

Visante Shiancoe & Kyle Rudolph [e Bill Musgrave] – Era uma das curiosidades do início de temporada. Como é que os Vikings – e Bill Musgrave – iriam utilizar os seus dois tight ends? Contra os Panthers, foram ambos integrados no ataque, de forma regular, pela primeira vez na temporada. E o resultado foi satisfatório, com Ponder a escolhê-los em várias ocasiões. Entre ambos, conseguiram 4 primeiros downs, fazendo com que as engrenagens do ataque se mantivessem em funcionamento. O expectável, para o futuro, é que ambos funcionem como a dupla Hernandez & Gronkowski, dos Patriots.

Percy Harvin – É polivalente e Bill Musgrave aproveita-se da sua versatilidade para o usar em várias situações distintas no ataque. Como, por exemplo, no touchdown que inaugurou o marcador, com Harvin a fazer o papel de running back, numa corrida perfeita de 10 jardas, fugindo entre os tackles com enorme elasticidade. Tudo poderia, no entanto, ser diferente, por causa de um fumble horrível que teve, a 5 jardas da end zone. Mas, felizmente, a equipa recuperou dessa situação e Harvin pareceu perfeitamente integrado no ataque como há muito não víamos.

Husain Abdullah – Era um dos destaques negativos da partida, não fosse aquela última jogada, defendendo já na end zone um passe letal de Cam Newton para Greg Olsen. O esforço anterior, participando com Chad Greenway numa blitz que permitiu um sack a Newton já tinha valido um balão de oxigénio à equipa, fazendo o adversário perder jardas preciosas. Não fosse isso e a sua exibição seria muito pobre, tal como a restante secundária. Directamente, Abdullah permitiu um TD de Olsen, de 39 jardas, que desnudou a fraca cobertura que os Vikings têm para oferecer, naquela zona do campo.

Destaques negativos:

Asher Allen – Os Vikings têm uma dura decisão a tomar, relativa a Chris Cook. O cornerback, preso e afastado da equipa por causa de uma disputa doméstica, aparentemente com enorme violência à mistura, está com um pé fora da franquia. O que, a acontecer, será uma pena. Não só porque Cook foi uma alta escolha dos Vikings, no draft de 2010, mas igualmente porque a sua produção tinha vindo a subir, depois das naturais dificuldades no seu ano rookie. A sua ausência e a falta de qualidade no corpo de CB’s deram a titularidade a Allen. Colocá-lo numa marcação a Steve Smith fez o resto. Asher Allen foi abusado, ao longo de 60 minutos, permitindo quase tudo ao excelente receiver dos Panthers. Não foi só ele a sentir dificuldades, duranto todo o jogo. Cedric Griffin foi um exemplo disso. Parecendo lento, tentou suprir a falta de velocidade jogando mais fundo no campo, o que permitia sempre recepções fáceis e ganhos de jardas consideráveis aos alvos dos Panthers.

Run Defense – O culpado principal das 140 jardas conseguidas pelo jogo corrido dos Panthers (com uma média de 5.2 jardas por corrida) pareceu-me Remi Ayodele. Não isentando de culpas o corpo de linebackers, Ayodele foi quase sempre escolhido para as rotas de fuga dos RB’s contrários, que procuravam furtar-se a um contacto com Kevin Williams. O resultado foi visível, com o front 4 a parecer um passador, tantas as vezes que os adversários por lá se esgueiravam.

Ryan Longwell – Não é costume vê-lo a falhar. Mas aconteceu, logo na drive inicial, deitando por terra o excelente retorno do kick por parte de Marcus Sherels. O FG de 44 jardas é algo que ele faz de forma quase automática, numa distância fiável. Desta vez o pontapé faria corar de vergonha um rookie.

Outros assuntos

Ainda e sempre o estádio. O novo estádio, que cada vez parece menos uma possibilidade e mais um sonho. Da parte da franquia, tudo o que foi pedido anteriormente foi conseguido. A saber:

a) Encontrar um parceiro local capaz de suportar aproximadamente um terço do custo da empreitada;

b) Encontrar uma localização que permitisse não só o novo estádio mas todo o “pacote” que vem junto: comércio, estacionamento, infraestruturas.

Isso tudo foi feito. O parceiro local – Ramsey County – foi encontrado. O local também (Arden Hills). E é aqui precisamente que o drama começa. Desde o início que este plano dos Vikings teve uma forte oposição, que culmina agora num impasse. Em traços genéricos, a terceira parte envolvida no negócio (Ramsey County) propunha um aumento das taxas de venda dos produtos (essencialmente sobre os consumíveis nos bares) para financiar os necessários 300 milhões de USD. Mas esse aumento só é possível após um referendo. E o próximo referendo apenas terá lugar algures em 2012, muito após o término do aluguer do estádio aos Vikings. E a franquia já fez saber que não prorrogará o aluguer enquanto não existir uma definição sobre o plano que propuseram. E este, como se viu, terá sempre que aguardar o tal referendo. Mais do que um impasse, tudo isto parece uma manobra política (pelo menos é o que está a ser divulgado nos sites afectos aos purple & gold) para impedir a deslocação da equipa para Arden Hills. A saída da actual localização tem óbvias repercussões no comércio e na própria cidade. E assim, no meio deste imbróglio político, tudo permanece na mesma. E as dúvidas quanto à permanência da franquia em Mineapolis adensam-se. A seguir, nos próximos capítulos.

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