24 outubro 2011

Tebow Time

É assim que nascem as lendas. Tim Tebow desempenhou o papel de herói, resgatando os Broncos duma derrota que parecia certa. Num jogo péssimo, Tebow e a equipa de Denver foram os menos maus. Apenas nos instantes finais. Durante quase 50 minutos, parecia que a estreia de Tebow a titular, ansiada por tantos fãs, seria um descalabro. O quarterback revelou notórias dificuldades no passe, raramente conseguindo mostrar precisão no lançamento. Alternando esses momentos frustrantes com alguns lampejos da genialidade que tinha nos Gators, Tebow realizou várias acções notáveis na corrida. O destaque foi mesmo a obtenção de um 1st down, correndo 20 jardas, ao bom estilo dum running back. Mas depois, quando faltavam menos de 3 minutos para o final e os Dolphins comandavam de forma confortável por 15-0, o comeback teve início. Primeiro, encontrando Daniel Fells na end zone, num passe de 28 jardas, Depois, quando o último minuto tinha já entrado na fase descendente, passando para Demaryus Thomas, num passe de 5 jardas. Finalmente, para empatar o jogo, o próprio Tebow se encarregou de correr para a end zone, na conversão de dois pontos. Estava feito o impensável. Um empate milagroso, a 15 pontos. E o prolongamento. Aí a defesa dos Broncos resolveu, conseguindo recuperar um fumble, dando a possibilidade de Matt Prater finalizar com sucesso um field goal de 52 jardas (ele que tinha desperdiçado dois ensejos, no tempo regulamentar, com distâncias menores).
Justo prémio para um atleta que merece sucesso, depois da fulgurante carreira universitária. Mas bastará esta vitória para dissipar as dúvidas quanto ao seu futuro, em Denver? Não me parece. Tebow, devido às críticas feitas ainda na preseason do ano passado, alterou quase radicalmente o seu throwing motion, parecendo algo mecânico no pocket. E, como já disse, a sua precisão foi afectada. O resto das habilidades está lá. A agilidade, quando o pocket não aguenta a pressão do opositor. A ameaça que representa, no jogo corrido. Mas no mundo profissional, a precisão e a capacidade de ler as jogadas pesarão bem mais na balança. Tebow continuará a não ter vida fácil, nos tempos mais próximos.

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