21 outubro 2011

Minnesota Vikings - week 6

Ingenuidade. É essa a principal característica que deve ser apontada aos fãs dos Vikings. Bastou uma vitória concludente para, durante uma curta semana, todos os cenários serem equacionados. Ou, pelo menos, parte deles. Qualquer adepto da equipa de Minnesota, minimamente atento à realidade da NFL, acharia que os Vikings, mesmo ocupando a incómoda última posição na NFC North, teriam legítimas aspirações à vitória, na deslocação a Chicago. O jogo dos Bears, frente aos Lions, tinha mostrado a erosão da linha ofensiva, fazendo com que Cutler ostente uma espécie de cartaz, com a cabeça a prémio. Aliando esse facto ao pass rush dos Vikings, um dos melhores da liga, a equação era fácil de resolver. O quarterback dos Bears seria caçado, o jogo todo, sem tempo para lançar para os seus receivers.

No plano teórico, as aspirações da equipa de Leslie Frazier pareciam ser legítimas. Na prática redundaram num fracasso. E já vamos ver porquê.

Destaques positivos

Cristian Ponder – Finalmente, a principal solicitação da imensa legião de adeptos dos Vikings foi atendida. Se a equipa fracassou claramente nos seus intentos, com a temporada precocemente perdida, porque raio haveria de se insistir na permanência de McNabb no comando do ataque? O veterano, com contrato de um ano, foi escolhido apenas como mentor do jovem rookie. E enquanto este permanecia sob os cuidados do coordenador ofensivo, pedia-se a Donovan McNabb que fosse capaz de imprimir alguma vivacidade ao sector ofensivo, mantendo a equipa na luta pelas posições cimeiras da divisão. Não era uma tarefa fácil, olhando para o elenco à disposição, mas ele [logicamente que as culpas não podem ser todas assacadas ao ex-Eagle] fracassou estrepitosamente. E assim, não fazia sentido continuar a manter Ponder, a escolha para ser o franchise quarterback da franquia, numa redoma, totalmente protegido. No quarto período, em Chicago, já com o jogo perdido, o antigo astro dos Seminoles mostrou que o futuro é agora. E já começou. Ponder não realizou nada de extraordinário. Mas mostrou personalidade, precisão no passe [se nos esquecermos dos dois lançamentos longos, sem alvo à vista], dinamismo e capacidade de reacção sob pressão. A sua primeira drive fluiu com ritmo, numa mistura perfeita entre passe e corrida, com Ponder a demonstrar que tem agilidade suficiente para sobreviver, quando o pocket colapsa. Agora, é deixá-lo crescer, sabendo de antemão que, tal como os outros rookies, terá ainda que suportar algumas dores de crescimento, que irão cimentar a sua experiência.

Percy Harvin – Realizou algumas recepções, mostrando a agilidade do costume. Não conseguiu ser a mais-valia que o ataque necessitava, mas pelo menos apareceu, ao contrário dos últimos jogos, sem nada de relevante a apontar.

Michael Jenkins – Sejamos sinceros. O corpo de receivers dos Vikings não chega a atingir o patamar da mediania. E dizer que ele é fraco é quase um eufemismo. Desde o início da preseason, Jenkins tem sido o mais consistente. Boas rotas e catches, produzindo algo de substancial num ataque que tem roçado o epíteto de “pateta”.

Kyle Rudolph – Se Ponder é o futuro da franquia, Rudolph será o seu coadjuvante. Com óptima estampa física, algo que é requerido a um tight end, Rudolph demonstra ainda algumas limitações nos bloqueios, mas prova ser um excelente e confiável alvo, possuindo umas mãos que “colam” na bola. Teve uma recepção excelente, num duelo com o defesa.

Destaques negativos

Linha ofensiva – De que vale ter o melhor running back da liga se a OL não consegue abrir rotas para o mesmo? O embate foi duro, com Julius Peppers a parecer uma Nemesis dos Vikings. John Sullivan teve uma concussão. Phil Loadholt ficou lesionado. Donovan McNabb sofreu um safety. Parece que falamos de baixas, numa qualquer guerra, mas foi essa a realidade. A linha ofensiva não aguenta ninguém, sempre ultrapassada e colocando o quarterback em risco de lesão permanente.

Linha defensiva – Analisando o jogo e as expectativas, foi a maior desilusão. O pass rush dos Vikings raramente funcionou, travado por uma OL adversária que parecia composta exclusivamente por Hall of Famers, tamanha foi a transfiguração sofrida desde o jogo com os Lions. Apenas Jared Allen [sempre ele] conseguiu, já com o jogo perdido, um sack seguido de um fumble, recuperado. Muito pouco quando se esperava que Cutler fosse atormentado durante 60 minutos.

Special Teams – Basta rebobinar o filme do jogo e ver o kickoff retornado para touchdown. Obra de Devin Hester. Ele é letal. Toda a gente o sabe. Então, porque raio se continua a insistir em enviar-lhe a bola para as mãos? Se existia uma estratégia para o parar, não se deu por ele. E isso define o trabalho do ST e do seu coordenador. Pobre. Muito pobre.

Bernard Berrian – Não é embirração minha, embora pareça. É pura irritação ver que se continua a apostar num receiver que não consegue apanhar uma bola. Uma só. Tem 3 recepções. Em 6 jogos. Isso define tudo, não define? Teve um drop quase anedótico, quando os Vikings procuravam um 1st down, fazendo cair por terra um dos únicos passes precisos de McNabb.

Leslie Frazier – Por vezes, e cada vez com maior regularidade, o playcall dos Vikings é deprimente. Previsível. Disparatado. Não lembra a ninguém usar uma estratégia wild cat, quando finalmente a equipa tinha conseguido um 1st down, através dum passe de McNabb para Berrian. O momentum da equipa foi estilhaçado numa mistura de confusão e velocidade em que ninguém se entendeu. E, claro, foi um 3-and-out.

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