13 dezembro 2011

Semana 14

Tanta coisa que aconteceu que, atrevo-me a dizer, esta foi uma das grandes semanas da fase regular. Vejamos o porquê:

1 – Tim Tebow é uma espécie de milagreiro. A recepção aos Chicago Bears, privados de Jay Cutler e Matt Forte, foi difícil como o esperado, face à sólida defesa. Julius Peppers bloqueou um field goal, Demaryius Thomas teve uns drops inaceitáveis e tudo parecia caminhar para uma derrota da equipa de Denver. Como sempre, os três primeiros períodos foram quase desastrosos para o quarterback dos Broncos. Apenas 3 passes certeiros em 18 tentativas e 45 jardas. A 5 minutos do fim, os Bears comandavam por 10-0. Se Tebow e os Broncos tiveram vitórias difíceis e quase milagrosas, esta ultrapassa qualquer uma. Lidando bem com a pressão, Tebow foi bem mais preciso no período decisivo, com 18 passes em 24 e 291 jardas. A 2 minutos do fim, sem qualquer desconto de tempo, Tebow passou para um touchdown, reduzindo distâncias. 10-7, mas a vantagem toda do lado do adversário. Só que uma qualquer conjugação cósmica realizou uma série de eventos que impediu a vitória dos Broncos. Aos Bears bastava conseguir um firts down. Mas, mesmo que isso não fosse atingido, bastaria não perder a bola num fumble disparatado ou parar o cronómetro. A parte do fumble foi cumprida. A outra não. Marion Barber, escolhido para carregar a bola, resolve sair de campo, parando automaticamente o cronómetro. Pode parecer coisa pouca, mas com isso os Broncos pouparam cerca de 30 segundos. E existe uma diferença enorme entre começar a drive decisiva, sem qualquer desconto de tempo disponível, na linha das 19 jardas e com 56 segundos no relógio, do que ter apenas 26 segundos. Foi essa a “prenda” de Barber ao adversário, num dos mais disparatados actos de que há memória. O resto já se sabe. Matt Prater, que no aquecimento do jogo tinha conseguido marcar um FG da marca das 70 jardas, conseguiu empatar a contenda da linha das 59. Prolongamento. E novamente aí, quando parecia que os Bears conseguiriam um FG relativamente fácil, Mário Barber tem um fumble. Bola dos Broncos, drive conduzida até às 51 jardas e novo pontapé certeiro de Matt Prater. Game Over para os Bears, numa derrota dolorosa e que os afasta dos playoffs.

2 – Eli Manning é fenomenal, não devendo nada ao irmão mais velho. Se o Super Bowl ganho em 2007, levando os Giants “on the road” até à final e derrotando aí os invictos Patriots, já o tinha feito sair da sombra de Peyton, as suas frequentes winning-drives nos instantes finais ameaçam torná-lo um dos mais frios e certeiros quarterbacks da história. O calendário dos Giants é um dos mais difíceis de que tenho conhecimento. Só nas últimas semanas, a equipa de Nova Iorque defrontou Patriots, Eagles, Saints, Packers e agora os Cowboys, num jogo de vida ou de morte. E ainda faltam Jets e novamente os Cowboys, naquele que pode ser um derradeiro e dramático jogo para ambas as equipas. Eli tinha estado soberbo na última vitória dos Giants, em New England, levando a equipa no último minuto numa drive que culminou no sucesso final. Contra os Cowboys, perdendo por 12 pontos a menos de 5 minutos do fim, perante uma hostil assistência de 92 mil pessoas, o mais novo dos Mannings teve duas drives de 80 e 58 jardas para colocar a sua equipa na frente. Não se pense que o triunfo foi fácil. Num jogo emotivo, a vitória parecia um equilibrista, numa manobra arriscada, podendo cair para qualquer um dos lados. Romo podia ter sentenciado o jogo, quando falhou um passe fácil para um Miles Austin deixado sozinho. Maaning, na resposta, colocou um passe teleguiado nas mãos de Manningham, na end zone, só para assistir ao drop do colega de equipa. E mesmo quando os Giants se colocam na frente, por 3 pontos, o jogo esteve longe de ser dado como terminado. Pela segunda semana consecutiva, os Cowboys morrem na linha de field goal. Em San Francisco, Dan Bailey falhou nas 49 jardas. Desta feita, quando tentava empatar para um prolongamento que parecia certo, o field goal é bloqueado. Por quem? Por um dos merecidos destaques da jornada. Jason Pierre-Paul, rookie, com um ano fantástico, a que soma mais uma actuação de elite: 2 sacks, 1 fumble forçado e 1 field goal bloqueado.

3 – Os Texans estão nos playoffs, pela primeira vez na sua história. Já aqui escrevi, nas últimas semanas, muita coisa sobre a equipa de Houston e o seu enorme mérito de resistir e ultrapassar as vicissitudes de lesões em peças nucleares. Irónico, no meio disto, é ver a equipa conseguir uma dramática vitória, alcançada a 3 segundos do fim do jogo contra os Bengals (que também lutavam ali por uma presença na fase seguinte da competição) com o seu quarterback nº 3, o rookie TJ Yates. Com direito a claque especial nas bancadas, Yates mostrou ser capaz de aguentar a forte pressão emocional, exibindo uma maturidade assinalável para quem estaria destinado apenas a um papel de mero observador, na temporada toda. Méritos do apuramento a terem que ser divididos por muitos, englobando Gary Kubiak, o general manager Rick Smith (cujo papel activo no mercado de free agents permitiu a contratação de Johnathan Joseph, um dos baluartes da secundária) e por um draft de 2011 criteriosamente preparado e de onde saíram JJ Watts e Brooks Reed. Agora, resta esperar por Janeiro e fazer suar quem lhes sair na rifa. Porque, como se vê, estes Texans não se abatem à primeira contrariedade. Nem à segunda.

4 – Alguns destaques individuais, para além dos já mencionados:
a) Karl Klug. Rookie, escolhido pelos Titans na 5ª ronda do draft de 2011, vindo da Iowa. Brutal contra os Saints, é um nome a merecer ser decorado, como um potencial pass-rusher de elite.

b) Jason Babin e Trent Cole. A dupla de defensive-ends dos Eagles esteve em grande contra os Dolphins, conseguindo cada um três sacks. Aparecem tarde, na temporada, mas finalmente a equipa parece produzir aquilo que era expectável em tal parada de estrelas.

c) Jared Allen. Com a lesão de Adrian Peterson, Allen tornou-se claramente a mais-valia dos Vikings, continuando a trilhar aquilo que parece ser a sua melhor temporada de sempre. Num ambiente hostil, devido às suas declarações anti-Detroit ao longo da semana, Allen foi um tormento para a linha ofensiva dos Lions, coleccionando 3 sacks e aumentando o pecúlio da temporada para 17,5. O recorde do mítico Michael Strahan, de 22,5 sacks numa época, parece perfeitamente ao alcance do DE dos Vikings.

d) Brandon Banks. O WR, transformado agora quase em permanência no punt/kick return dos Redskins, lançou um passe para TD. Leu bem. Ele, que nunca na vida de profissional ou universitário tinha lançado uma bola, entrou num reverse, lançando a bola com a mão esquerda para 38 jardas, encontrando Santana Moss para a finalização perfeita. Momento mágico.

e) Maurice Jones-Drew teve a melhor prestação individual da jornada. Ele “foi” os Jaguars. Sozinho. 136 jardas corridas/recebidas, com 4 touchdowns (2 corridos e 2 recebidos), sendo agora o jogador dos Jaguars com mais TD’s na história. São 73 em 90 jogos. Amazing!

Sem comentários:

Enviar um comentário