14 outubro 2011

Minnesota Vikings - week 5

Ouvem o som dos foguetes? Vêem o fogo de artifício que decora os céus? São expressões de júbilo e alegria por parte dos adeptos mais radicais dos Vikings. Finalmente, cinco jogos depois, a equipa de Minnesota venceu um jogo. Mais. Ganhou-o de forma concludente, percebendo finalmente que as partidas de futebol americano são compostas por 4 períodos. Os Vikings fizeram jus ao seu nome de guerra. Indomáveis. Corajosos. Brutais. E fizeram ouvir a sua canção:

We come from the land of the ice and the snow,

From de midnight sun where the hot spring flow.

The hammer of the gods will drive our ships to new lands,

To fight the horde, singing and crying: Valhalla, I am coming!

E pronto. Os destaques – quase todos positivos – são os de sempre. E, claro, Adrian Peterson (quem mais?) foi a figura maior do jogo.

Destaques positivos

Adrian Peterson – Está num patamar à parte, uma espécie de estágio onde só entram os Grandes jogadores da história. Soberbo na fuga às defesas, explosivo nas rotas que corre, felino nas fugas, elegante na corrida. Peterson vale, por si só, o bilhete para qualquer jogo dos Vikings. Dinamitou a frágil resistência vinda de Arizona, marcando 3 touchdowns no primeiro quarto. Não tem rival na NFL. Ponto.

Jared Allen – Colocou para trás das costas as lembranças que o atormentavam da temporada passada, como se estas fossem apenas um mau sonho. Elevou o nível de jogo, comparado às suas melhores épocas. Parece imparável, colocando enorme pressão sobre a OL adversária e o seu quarterback. Tem feito de tudo. Magnífico no pass rush, ele força fumbles, intercepta passes e inferniza a vida a qualquer um que vista o equipamento do adversário. Kevin Kolb terá pesadelos com ele, durante muito tempo. Lidera a NFL em sacks.

Brian Robinson – Não me canso de enaltecer as qualidades do defensive end que substituiu Ray Edwards e que é o parceiro de luta de Allen. Qualquer dúvida que existisse quanto à sua real valia foi já dissipada. É a ele que se deve muito da temporada de Jared Allen, dado que a sua habilidade para pressionar a linha ofensiva acrescenta um novo motivo de preocupação nas fileiras do inimigo. Os Vikings têm nova força na defesa que impede que a atenção do opositor se fixe apenas em Allen. Contra os Cardinals anotou mais dois sacks, entrando no top 10 da liga, com 4,5 sacks.

Jim Kleinsasser – É um dos mais acarinhados jogadores dos Vikings pelo público. E percebe-se porquê. Não é apenas pela longevidade e fidelidade que mostra ao purple & gold. Kleinsasser passa despercebido ao adepto comum da NFL. Ele apanha poucos passes e tem estatísticas ofensivas quase nulas. Mas é de uma utilidade extrema, sobretudo naquilo que faz de melhor. Nos bloqueios. Excelente na leitura das jogadas, Kleinsasser consegue parar os defesas contrários, mostrando uma raça e atitude que falta, por exemplo, a Phil Loadholt.

Marcus Sherels – Tem sido a estrela dos punts/kicks returns, com o recente desaparecimento de Percy Harvin. Ágil e com um estilo de corrida agressivo, é uma aposta ganha no ST.

Jamarca Sanford – Merece ser elogiado, nem que fosse “apenas” pelas duas intercepções. É o exemplo de uma secundária que parece mais agressiva nas coberturas.

Devin Aromashodu – Tem vindo a sobressair, no medíocre corpo de receivers dos Vikings. Teve, no 3º período contra os Cardinals, uma recepção de quase 60 jardas, num 1st down and 20. Não é o protótipo do WR perfeito. Longe disso. Dropou um par de passes de relativa facilidade. Mas a sua velocidade podem fazer dele uma arma importante, nas médias e longas distâncias.

Destaques negativos

Bernard Berrian – Adeus. O fim de Berrian em Minnesota parece estar bem próximo. Mal amado, o receiver nada fez de relevante para contrabalançar esse sentimento negativo. Passou, num curto mês, de nº 1 a inactivo [sem estar lesionado] no roster.

Phil Loadholt – É péssimo. Não existe qualquer eufemismo que consiga mascarar o facto de ele ser, sistematicamente, ultrapassado pelos defesas contrários. Incapaz nos bloqueios, permissivo na cobertura e protecção, a sua permanência a titular constitui um mistério. Vamos começar uma campanha pela titularidade de DeMarcus Love? Pior não deve fazer…

Donovan McNabb – Pode uma equipa que marca 34 pontos queixar-se do seu quarterback? Pode. E deve. A performance de McNabb roçou o patético, com passes de 5/6 jardas, para receivers abertos, falhados de forma inexplicável. Incapaz de manter, com regularidade, o ataque ritmado, teve apenas uma centelha do seu antigo génio no touchdown corrido. Com uma defesa contrária tão permeável, o score poderia ter atingido números mais humilhantes.

O próximo adversário

É um encontro divisional, repleto de história e de enorme rivalidade. Teoricamente, é um jogo perdido. Os Bears chegaram à final de conferência, no ano passado. Venceram a NFC North. E jogam em casa, contra uma equipa com um recorde actual de 1-4. Mas…

É possível vencer. A OL dos Bears continua a ser o seu calcanhar de Aquiles, levando a que Cutler seja continuamente submetido a enorme pressão. Se juntarmos isso ao excelente momento de forma de Jared Allen, Brian Robinson e Cª, o quarterback de Chicago terá novo jogo stressante, perseguido por todo o campo pelos homens com os capacetes dos Vikings. Mas os pontos fracos do adversário não terminam aqui. A secundária dos Bears tem vivido tempos difíceis, com constantes alterações na constituição dos seus safetys. Segundo rumores, nova dupla estará a ser preparada para a recepção à equipa vinda de Minnesota. Chris Conte, rookie, e Major Wright, na sua 2ª temporada, deverão ser os titulares, em detrimento de Chris Harris e Brandon Merriweather, co-responsáveis no descalabro frente aos Lions. Esta insegurança vivida pelos Bears não provocará um amplo sorriso no rosto de Leslie Frazier. Para a explorar, seria necessário um ataque que não dependesse quase em exclusivo de Adrian Peterson, acutilante no jogo aéreo. E isso os Vikings não têm. Nem uma ameaça downfield, nem sequer a certeza de passes precisos, que dilacerem a insegura defensiva.

Assim, será provavelmente um jogo decidido nos detalhes, com as defesas a terem um papel preponderante. Um jogo em que se defrontarão dois dos running backs em melhor forma na liga. E, convenhamos, se Jahvid Best realizou o melhor jogo da sua carreira de profissional contra estes Bears, é perfeitamente aceitável sonhar com uma façanha idêntica de All Day. Vencer? Sim, é difícil. Mas não impossível. Eu acredito.

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