26 setembro 2011

15 pontos de análise - semana 3

Muito a dizer, naquela que terá sido a semana mais emocionante da temporada, até à data.

1 - Foi um daqueles jogos à antiga. Uma espécie de revivalismo dum filme italiano, de Tinto Brass. Um feios, porcos e maus, versão americana futebolística. Falo, claro, da ida dos Steelers a Indianapolis onde, contra todas as odds, os Colts se bateram como leões. Foi um jogo marcado por defesas férreas, impróprio para meninos de coro. Do lado dos Colts, Dwight Freeney e Robert Mathis colocaram sempre enorme pressão sobre Roethlisberger. Do outro, o corpo de linebackers, liderado por James Harrison e LaMarr Woodley, auxiliado por Polamalu, infernizou a vida à OL dos Colts. Baixas, pelo jogo eminentemente físico, foram muitas. Entre elas Kerry Collins, com uma concussão, e alguns dos integrantes da OL dos Steelers, forçados a usar todos os backups disponíveis. Intenso, quase heróico, foi um espectáculo fascinante. Os Steelers, apesar da vitória, terão fortes motivos de preocupação, com a lesão de Jonathan Scott, o left tackle. Por curiosidade, foi a 27ª winning drive que Roethlisberger liderou, nos seus 8 anos de NFL.

2 - Impossível não destacar a versão Dr.Jekyll & Mr.Hyde dos Minnesota Vikings. A equipa joga bom futebol, faz primeiras partes excelentes, dominante na defesa, com um pass rush aceitável e um Adrian Peterson imparável. Depois, como por artes mágicas, a equipa transfigura-se ao intervalo, entrando em campo a versão patética dos purple & gold. Secundária que tudo permite, OL hesitante, incapaz de criar espaços para o jogo corrido, defesa que deixa de ser disruptiva. E com isso chega a recuperação do adversário. Semana 1, 13-0 ao intervalo, frente aos Chargers. Semana 2, 17-0 ao intervalo, no jogo caseiro frente aos Bucs. E agora, 20-0 ao intervalo, no jogo divisional contra os Lions. Três comebacks adversários incríveis, culminando em 3 derrotas e mais uma época para esquecer. Muita pela por Peterson, com demasiado talento para andar nestas andanças, Jared Allen, de regresso aos bons velhos tempos de predador de quarterbacks e da surpresa Brian Robinson, que fez esquecer rapidamente a partida de Ray Edwards.

3 - Não se pode falar de vencidos sem destacar os vencedores. Os Detroit Lions foram, juntamente com os Bills, os grandes merecedores de elogios da jornada. 1ª vitória fora, num confronto de divisão, desde 1987. 1º início de 3-0, na relação vitórias/derrotas, desde 1980. E 1º triunfo em Minneapolis, desde 1997. Só por isso a equipa liderada por Jim Schwartz já merecia os parabéns da praxe. Mas os Lions são mais do que fortuitos triunfadores. Possuem uma equipa sólida, com um front-seven agressivo, pincelado já com algum talento no corpo de linebackers. E depois, mesmo com Matthew Sttaford sofrendo os primeiros sacks da temporada, a sua precisão de lançamento e a capacidade de Calvin Johnson (actualmente, o melhor receiver da NFL) fazem a diferença. Os Lions são uma das mais empolgantes equipas da actualidade. E merecem ser vistos.

4 - Podemos estar a assistir ao ocaso de Chad Ochocinco. Estrela maior nos Bengals, Ocho jogava a maioria dos snaps atacantes, mantendo-se mentalmente envolvido no jogo. Agora, nos Patriots, o ego descomunal do receiver tem que se ajustar à realidade. Ochocinco é actualmente a terceira ou quarta hipótese dos Patriots, usado especificamente em algumas rotas. E ele tem vindo a demonstrar que ainda não está preparado para esta forma de utilização. Isso ficou demonstrado num drop ridículo, quando o touchdown parecia inevitável. E o peso dessa perda de pontos, após a derrota de New England, será assacada parcialmente a Chad.

5 - Menção honrosa e em lugar de destaque a Victor Cruz, o herói insuspeito dos Giants. Vi-o no jogo inaugural do novo estádio de NY, no ano passado, na preseason. Cruz teve uma noite mágica. O rookie demonstrou um lote considerável de habilidades, fazendo 3 touchdowns. Mas depois, a concorrência feroz de Hakeem Nicks, Steve Smith, Mario Manningham e Domenik Hixon levaram a uma produção marginal durante a temporada. E este ano parecia ser idêntico, com Cruz a limitar-se a treinar e a pouco mais. Mas a devastadora onda de lesões nos Giants levaram à sua utilização. Logo no embate contra os rivais Eagles, a equipa recheada de estrelas que batia consecutivamente os Giants desde 2008. Victor Cruz, usado já em desespero, voltou a ter uma noite mágica. 3 recepções para 110 jardas e dois touchdowns.

6 - CJ Spiller who?. Esta deve ser a pergunta mais vezes formulada por Fred Jackson. O veterano RB dos Bills parecia destinado a um papel secundário, nesta temporada, depois da contratação do fogoso atleta de Clemson, no ano passado. Mas a fraca produtividade de Spiller, aliada ao excelente início de temporada de Jackson, transfiguraram o jogo corrido dos Bills. E estes, depois da épica recuperação frente aos Patriots, estão super-moralizados. Foi um daqueles jogos que serão recordados, anos a fio. A perderem por 21-0, os Bills levaram o estádio repleto à beira da histeria. Capitaneados por Ryan Fitzpatrick, que lançava preciosas bolas para Stevie Johnson e David Nelson e por uma defesa que interceptou Brady em quatro ocasiões, os Bills venceram, a míseros 3 segundos do fim. E agora, quem se atreve a dizer onde esta equipa ficará?

7 - Já que se fala de ruuning backs, eis um que ameaça tornar-se no nome maior, a breve trecho: Darren McFadden. O jogador dos Raiders teve mais um jogo espantoso frente aos Jets. 19 corridas e 171 jardas. Não é coisa pouca, se estiverem minimamente atentos ao escrito acima. Contra os Jets. O mesmo é dizer que foi contra a defesa de Rex Ryan. E nunca um RB tinha conseguido tal marca. Até agora. McFadden marcou 2 touchdowns, um deles de 70 jardas, numa corrida em que ficou patente todo o poder e velocidade que possui. Espantoso.

8 - Wes Welker e Rob Gronkowski, mesmo derrotados na deslocação a Oakland, tiveram máximos pessoais. O receiver continua a ser brilhante, com rotas certeiras e dinamismo constante. O tight end mantém a sua habitual participação efectiva na end zone, marcando touchdowns em todos os jogos.

9 - Jermichael Finley teve um jogo magnífico, na deslocação a Chicago. Após um ano perdido, ele que era um dos mais confiáveis alvos de Aaron Rodgers, mostrou estar totalmente reabilitado, tendo o primeiro grande jogo da temporada. 3 touchdowns em nova vitória dos Packers, colocando o tight end no topo de qualquer ranking relativo à posição.

10 - Tony Romo tem coragem. Não sendo dos meus jogadores predilectos, o quarterback de Dallas mostrou enorme profissionalismo no importante triunfo contra os rivais de divisão, os Redskins. Jogando combalido, devido à costela fracturada, Romo comandou várias drives para constantes finalizações de Dan Bailey, o kickert que marcou todos os pontos na vitória. Numa posição propícia a choques e embates, é de louvar a tenacidade de Romo, que conseguiu apagar a má imagem deixada na derrota em Nova Iorque, na derrota inaugural contra os Jets.

[em actualização]

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