21 setembro 2011

15 pontos de análise - semana 2

1. Cameron Newton atirou para mais de 800 jardas, em 2 jogos. 422 jardas no primeiro, frente aos Cardinals, no seu debute na NFL, e mais 432 jardas, frente aos campeões em título. Para se perceber bem a enormidade do feito do rookie, basta comparar com a profícua carreira de Brett Favre. O agora retirado quarterback tem, no seu longo histórico, dois jogos com mais de 400 jardas. Troy Aikman, antigo astro dos Cowboys e com 3 anéis de campeão, nunca atingiu tal número, nos jogos que disputou. E Cam consegue isto na mais estranha offseason de que há memória. Sem possibilidade de ler o playbook da equipa e sem treinos supervisionados pelos seus técnicos. Parece que, contra as previsões de muitos, nasceu uma estrela em Carolina.

2. Os Chiefs, vigentes vencedores da AFC West, estão com 0-2. Pior. Permitiram uma média de 44.5 pontos aos adversários. Ainda pior, se isso for possível. Têm uma média de 5 pontos marcados por jogo. Se a isso juntarmos as graves lesões do melhor jogador da defesa (Eric Berry) e da estrela da equipa, o running back Jamaal Charles, o panorama é equiparado ao pior pesadelo possível. Parece que os Chiefs terminaram a temporada...mesmo antes de ela ter sequer começado.

3. Mark Ingram não está a ter o impacto que os Saints esperariam de um vencedor do Heisman Trophy. 27 corridas em 2 jogos, com um máximo de 91 jardas (modesta média de 3.4 por cada corrida), com o maior ganho a vir de uma corrida de 12. E um fumble. Pouco abonatório para tanta esperança.

4. Irónico, no mínimo, que Vick tenha sido lesionado no pocket, e não numa corrida insana, perseguido pela habitual matilha de esfaimados defensores. A ironia aumenta se repararmos que a lesão foi provocada, involuntariamente, por um dos designados protectores dos Eagles, cuja missão é proteger a integridade física da estrela de Philadelphia. Todd Herremans estava no sítio certo, à hora errada, quando um sack levou Vick a embater contra si.

5. Se a época de estreia tinha sido excelente, este 2º ano continua a revelar o acerto de Bill Bellichcik nas contratações de Aaron Hernandez e Rob Gronkwoski, tight ends dos Patriots. Jogam a um ritmo elevado, cometem poucos erros e são armas ofensivas poderosas, aparecendo muitas vezes nas finalizações na end zone.

6. Dois exemplos de grandes jogadores defensivos. Charles Woodson, com duas intercepções a passes de Cameron Newton, antecipando-se de forma felina a Steve Smith. Woodson, 35 anos de idade, continua a ministrar regularmente lições de como deve jogar um defensive back. O outro nome, algo esquecido perante a constelação de estrelas no roster dos Eagles, é o defensive end Trent Cole, verdadeiramente imparável no jogo frente aos Falcons. Um sack, dois hits em Matt Ryan, três tackles para perdas e um passe defendido. Omnipresente em todos os aspectos da defesa dos Eagles.

7. Matt Ryan. O substituto de Vick nos Falcons conseguiu rectificar a péssima estreia na liga deste ano, catapultando os Falcons para uma vitória importante. Pese as duas intercepções e os números algo modestos (195 jardas e 17 passes concretizados em 28 tentados), os seus 4 touchdowns constituem o marco na carreira. E ele foi atingido em boa altura. Quando os Falcons mais precisavam.

8. Os kickers e punts constituem uma classe aparte. Pouco mediatizados, são tratados com alguma frieza pela maioria dos fãs, pouco interessados em jogadores que apenas participam esporadicamente no jogo. Mas são importantes e, nos pequenos detalhes das suas intervenções, pode estar a chave do triunfo. O punter dos Denver Broncos, Britton Colquitt é um desses jogadores. Desconhecido do grande público, ávido de jogadas espantosas e finalizações electrizantes, tem mantido uma bitola perto da perfeição. No jogo da semana 2 Colquitt teve seis punts. Conseguiu uma média de 55,8. O seu pior punt voou 49 jardas. Num jogo decidido por 2 pontos, alguém tem dúvidas que os seus punts, que obrigaram a defesa dos Bengals a começar as drives perto da própria end zone, não contribuiram de forma importante para o desfecho final?

9. Tony Romo. Culpado da derrocada dos Cowboys, na semana passada, quando o jogo parecia ganho frente aos Jets, o quarterback de Dallas redimiu-se, de forma heróica. Com uma costela fracturada e os Cowboys em risco de averbarem a 2ª derrota consecutiva, Romo regressou e conduziu a equipa a um prolongamento e posterior dramática vitória, resgatando um pouco a imagem de que tem o necessário para levar a equipa à glória.

10. A temporada é também feita de desilusões. E existem várias. O já citado Mark Ingram. Shonn Greene, que tinha elevadas expectativas para este ano, tem sido um bust. 75 jardas em 2 jogos e uma total incapacidade de dar aos Jets um equilíbrio entre o jogo aéreo e o corrido. Chad Ochocinco é outro que ainda não marcou a diferença, perdido no meio do ataque dos Patriots. Roy Williams, pese ter mudado de ares, continua a defraudar todos os que apostam nele. Foi assim em Dallas. E parece que será também assim em Chicago. Já que falamos de desilusões e de receivers, Braylon Edwards é outro que não consegue jogar de acordo com as altas expectativas que os 49ers nele depositaram.

11. Morgan Burnett tem deixado óptimas indicações, nestes dois jogos pelos Packers. Transformado numa espécie de tackling machine, tornou a estar em grande destaque na vitória contra os Panthers. Um sack, um forced fumble e uma intercepção. Se a isso juntarmos os 14 tackles do jogo de abertura, contra os Saints, parece que a lesão grave que sofreu não lhe afectou as habilidades.

12. Joshua Cribbs é um dos melhores jogadores, quando falamos de Special Teams. Tornou a prová-lo contra os Colts, com vários retornos explosivos, colocando os Browns em boa posição para marcarem. Jogador electrizante e empolgante, Cribbs é um dos grandes especialistas no retorno. E um pesadelo para as defesas contrárias.

13. Os Ravens comemoraram, de forma algo prematura, a vitória no jogo 1 contra a sua besta negra, os Steelers. Não basta triunfar nestes duelos contra um inimigo figadal para vencer a divisão. Depois é necessário descer à terra e continuar a mostrar o valor, semana após semana. Essa lição foi dada por Matt Hasselbeck e os seus Titans, vencendo de forma clara e esvaziando o balão de euforia em que se encontrava Baltimore.

14. Parece que os Jaguars deram um verdadeiro tiro no pé, ao dispensarem David Garrard. E logo no ano em que os eternos vencedores de divisão, os Colts, estão sem Manning. Com a vitória e consequente bilhete para os playoffs a ser agora bem mais fácil, os Jaguars entregaram os destinos da equipa a Like McCown. Se na semana 1 deu para os gastos, frente aos Jets a equipa foi massacrada e o quarterback acumulou erros atrás de erros.

15. Tom Brady é o MVP. E parece que faz questão de relembrar isso, jogo a jogo. Impressionante a exibição frente aos Dolphins. Sem adjectivos, a que fez contra os Chargers. 2 jogos e mais de 900 jardas passadas. 7 touchdowns. Espantoso parece ser pouco para catalogar. Podemos ainda esperar mais?

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