13 setembro 2011

15 pontos de análise - semana 1

E pronto. A week 1 já era. Cheia de bons momentos, jogos emocionantes, emoção a rodos, surpresas quanto baste, patriotismo de arrepiar e, infelizmente, lesões devastadoras. Eis algumas notas sobre a jornada.

1. Eric Berry, Luís Castillo, Jon Beason são apenas mais uns exemplos da dureza de uma temporada de futebol Americano. Jogadores importantes, nas suas equipas, que terminam a temporada logo no início, com lesões graves.

2. Os Ravens foram, de longe, a equipa mais impressionante. Jogando contra o principal – e odiado – rival de divisão, os Pittsburgh Steelers, a equipa de Baltimore dominou de princípio ao fim, com uma defesa agressiva e indomável, um ataque sem erros primários e extremamente cirúrgico. 35-7 final é bem revelador. Não foi uma vitória. Foi mesmo um exorcizar de demónios. E, finalmente, Joe Flacco pode dizer que é capaz de vencer os Steelers de Ben Roethlisberger. Terrel Suggs esteve brutal. 3 sacks e 2 fumble forçados. Ed Reed é um íman humano, atraindo a bola como se esta fosse a sua segunda natureza. Mais 2 intercepções para a sua conta.

3. No mesmo jogo, Ray Rice esteve magnífico. 19 corridas, 107 jardas e 1 TD, a que se somam mais 4 recepções, 42 jardas recebidas e novo TD. Com a companhia do fullback Vontae Leach, espécie de aríete que abre rotas e buracos onde eles não existem, a temporada de Rice promete ser épica.

4. Ainda na AFC North, Peyton Hillis e os seus Browns tiveram um jogo para esquecer, frente a uns Bengals que afastaram, pelo menos por uma semana, o espectro de equipa mais fraca da liga. Andy Dalton já passou para um TD e AJ Green é capaz de decidir jogos. Na cara de Joe Haden.

5. A ausência de Peyton Manning ameaça tornar a temporada dos Colts num pesadelo imenso. Os Texans nem precisaram de Arian Foster para destruir a equipa de Indianápolis. Mesmo com Matt Schaub intermitente (2 INT’s) Ben Tate e Derrick Ward suplantaram a ausência de Foster. Depois, foi só preciso usar pressão sobre a OL e um atarantado Kerry Collins para aproveitar os erros. Os dois fumbles perdidos pelo veterano QB, agora o sucessor de Manning, ajudaram a criar um fosso que rapidamente decidiu a contenda. Alguém sabe que David Garrard foi despachado dos Titans?

6. Por falar em Titans, rivais de divisão dos Colts, o holdout de Chris Johnson e o subsequente contrato chorudo feito ao running back tiveram um efeito pernicioso. Péssimo jogo de CJ, incapaz de ajudar os Titans a vencerem um jogo que parecia ao seu alcance. Mesmo com Matt Hasselbeck a lançar para 2 TD’s, os Jaguars conseguiram vencer a partida, sobretudo por dois factores: Maurice Jones-Drew, no jogo corrido, e Luke McCown como quarterback. Não que ele tenha feito um jogo exemplar. Mas bastou não cometer grandes erros e conseguir alguns downs importantes, para colher uma vitória apertada, mas saborosa.

7. Cameron Newton estreou-se. E com estilo [ler o artigo sobre os rookies em destaque]. Ao contrário do esperado, o rookie de Carolina não se mostrou envergonhado, no seu debute. Com precisão foi mantendo os Panthers na corrida pela vitória. Pena que aquela drive final tenha esbarrado a uma mísera jarda da end zone. Para a história, ficam 422 jardas, 2 passes para TD e mais um corrido, num voo temerário sobre a defesa contrária. Aguçou o apetite do público, para a próxima performance. O inquilino em Carolina: os vigentes campeões, os Packers de Aaron Rodgers.

8. Num fim-de-semana recheado de grandes momentos, destaque para três deles: Randall Cobb, rookie de Green Bay, num retorno explosivo de um kickoff. Percy Harvin, abrindo as hostilidades frente aos Chargers, na primeira jogada do desafio, em 103 jardas de pura velocidade. E Ted Ginn Jr., um dos jogadores mais adorados pelos fãs, que em apenas 2 minutos sentenciou o jogo frente aos Seahawks, primeiro num kick return e depois num punt return. É de mito, ou não?

9. Existem wide receivers para todos os gostos. Uns com mais talento. Outros com mais velocidade. Ninguém melhor do que Calvin Johnson, autor de algumas das melhores recepções dos últimos anos. Como esta, fantástica, no terreno dos Bucs. Ou esta, de Miles Austin, numa disputa intensa com António Cromatie pela bola. O CB dos Jets teve uma actuação desastrada. Batido por Dez Bryant e por Austin, para touchdowns que quase faziam a equipa de NY perder o jogo. Quase, não fosse Darrele Revis fazer uma demonstração de porque é considerado o melhor cornerback da NFL. Secou Bryant, no resto do encontro, e tem esta intercepção que decide o jogo. Brilhante. Brilhante não é um adjectivo que possa ser usado em Tony Romo. A qualidade está lá. Os laivos de genialidade, mesmo que esporádicos, também. Mas a capacidade de dar tiros no próprio pé persegue o QB de Dallas. Primeiro foi o fumble, arriscando desnecessariamente num 3rd-and-10. Depois a INT. Isso e o punt bloqueado foram demasiados pregos num caixão que tinha a tampa escancarada, para a vitória.

10. O dream team passou o seu primeiro teste, vencendo de forma confortável em Saint Louis, onde o esperava uma equipa com adição de mais qualidade e com Josh McDaniels como novo coordenador ofensivo. Nem isso lhes valeu, perante Michael Vick (187 jardas passadas, 98 corridas e 2 touchdowns), LeSean McCoy (137 jardas totais, corridas e de pesse, e dois touchdowns) e DeSean Jackson (102 jardas, 6 recepções e 2 touchdowns). Este trio maravilha decide jogos, fortalecido agora na defesa com Cullen Jenkins, Jason Babin e Nmandi Asomugha. Os Rams não perderam apenas o jogo. Viram com preocupação a saída prematura de Steven Jackson, o valioso RB, por lesão, bem como Danny Amendola (ombro deslocado e possível perda da temporada inteira) e Sam Bradford (dedo magoado num lançamento).

11. Os Falcons, candidatos ao título, parecem ainda estar em modo preseason. Literalmente atropelados em Chicago, foram sempre incapazes de importunarem Jay Cutler (o QB mais sacado da NFL, no ano passado) e nunca mostraram o ataque explosivo que foi delineado, meses a fio. Roddy White foi uma sombra de si mesmo, enquanto Júlio Jones, o mais mediático rookie, apesar de ter aportado números razoáveis (5 recepções e 71 jardas) não conseguiu alterar o rumo dos acontecimentos. Do lado dos Bears, Brian Urlacher deu o exemplo. O linebacker foi indomável, pressionando a OL dos Falcons, conseguindo uma INT e retornando um fumble de Matt Ryan para TD. Jogo memorável do mais carismático jogador dos Bears.

12. Se Calvin Johnson merece destaque, o que dizer do seu quarterback? Matthew Sttaford, depois de duas lesões gravíssimas nos últimos dois anos, parece estar numa forma sobrenatural. 305 jardas lançadas, 3 touchdowns e uma capacidade de gerir o ataque que elevam as expectativas dos Lions. É possível, na competitiva NFC North, os Lions terem uma palavra a dizer, contra Packers, Bears e Vikings? Pelo talento que sabiamente juntaram, sonhar não custa.

13. Sentimentos opostos entre os fãs dos Chiefs e dos Bills. Os primeiros devem estar apreensivos. Primeiro, os sintomas de que algo não estava bem, na cena de pugilato entre Jon Baldwin e Thomas Jones. Depois, a lesão de Moeaki, assumidamente uma peça importante no ataque da turma de Todd Haley. Depois, o correctivo aplicado por uns Bills que nem nos melhores sonhos pensariam vencer de forma tão concludente. Para além do destaque de Ryan Fitzpatrick, um dos mais underrated quarterbacks da liga, que passou para 4 TD’s, outros nomes merecem referência: Stevie Johnson, Donald Jones (o rookie sensação do training camp), Scott Chandler, TE com excelente prestação. E até CJ Spiller, uma das desilusões do ano passado, mostrou algumas centelhas do seu potencial.

14. Trinta e nova jardas passadas. 39. Rating de 47.9. Esta não era a estreia desejada pelos fãs dos Vikings. Num jogo que até começou bem, a incapacidade de McNabb em liderar o ataque, sobretudo na 2ª parte, foi um balde de água fria no entusiasmo da imensa falange de apoio dos Vikings. Apenas com Adrian Peterson a mostrar ser uma arma ofensiva de qualidade, quase tudo o resto foi de uma pobreza franciscana. Salvou-se Percy Harvin, Brian Robinson e o corpo de LB’s, liderado por Chad Greenway. Muito pouco para fugirem ao 4º e último lugar na NFC North.

15. Ryan Matthews who? Deve ter sido esse o pensamento de Mike Tolbert, que correndo e recebendo desbaratou as hipóteses de vitória dos Vikings. Num ataque rotulado de “maravilha”, o génio do running back permitiu a obtenção de um triunfo que pareceu sempre arredado. Excelente na movimentação, funcionando como WR, mostrando óptimas mãos e boa visão de jogo, e imparável nos arranques, como neste TD em que nenhum obstáculo foi suficiente para travar a sua marcha vitoriosa.

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