28 agosto 2010

Fase de Grupos

E pronto. As bolas da sorte, no sorteio do Mónaco, ditaram os adversários portistas para a fase de grupos. Besiktas, CSKA de Sófia e Rapid Viena. Turcos, búlgaros e austríacos. Desde logo, a curiosidade de receber no Dragão Quaresma, agora ídolo em Istambul. Já se sabe qual a recepção que irá ser ministrada ao extremo. Apupos. Em dose elevada. Compreende-se igualmente a motivação. Quaresma merecerá cada uma das invectivas de que for alvo. Jogador brilhante, pese a inconstância, aparece geralmente nos grandes jogos, com predicados que o tornam um jogador interessante. O pior é mesmo o feitio. O ar enfadado. O séquito que o adula. E a vontade manifestada de sair da Invicta, como menino mimado que faz birra a cada contrariedade. Foi-lhe feita a vontade, sem grande sucesso. Londres e Milão foram meras paragens numa carreira que parecia ir estagnar. Mas a entrada no mundo otomano revitalizou-lhe a alma. O segundo fôlego que Quaresma vive actualmente apenas ajuda a apimentar a próxima partida. Que será interessante. Quaresma, Guti e uma série de internacionais turcos, em dois jogos de resultado imprevisível.

Nem só Quaresma regressa a uma casa que já foi sua. O CSKA de Sófia tem como director-desportivo uma antiga glória que vestiu de azul e branco. Kostadinov, avançado de créditos firmados, terá direito a uma standing ovation no Dragão. Felino e letal, o búlgaro formou com Domingos uma temível dupla de avançado, tendo deixado saudades na cidade que o soube acolher como um dos seus.

Finalmente, o Rapid de Viena. Jogar na capital austríaca é sempre gratificante, devido às lembranças recorrentes da final de 1986, uma data que emancipou definitivamente o Porto, no galarim europeu. Perfeitos desconhecidos, mas que chegam a esta fase depois de vencer ambos os jogos aos ingleses do Aston Villa. Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém..

Destaco, no final, a ambição renovada por parte do clube que, não se refugiando nos habituais lugares-comuns, assume frontalmente a vontade de vencer a competição. É um discurso renovado, que aumenta exponencialmente as responsabilidades do grupo, mas que também transmite aquilo que se pretende para o ADN da equipa. Jogar sempre, em qualquer competição, para vencer. Vai ser preciso jogar um bocadinho mais do que aquilo que se tem visto, mas a equipa ainda se encontra em processo de maturação. Eu acredito que é possível.

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